Comissão de Relações Exteriores aprova pedido de Marcel van Hattem para ouvir Filipe Martins na Câmara Federal

Marcel van Hattem (NOVO/RS) requereu uma audiência pública na comissão para que o ex-assessor especial de Bolsonaro relate os detalhes a respeito das incoerências relacionadas aos registros das suas visitas aos Estados Unidos que resultaram na sua prisão preventiva
9 de outubro de 2024

Na manhã desta quarta-feira (09/10), a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) aprovou por unanimidade o Requerimento (REQ 84/2024) de autoria do deputado federal Marcel van Hattem (NOVO/RS) para que seja realizada uma audiência pública com a presença do ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais durante o governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins. O propósito da audiência é coletar informações a respeito das incoerências relacionadas aos registros das suas visitas aos Estados Unidos que resultaram na sua prisão preventiva no ano de 2024. 

Em 08 de fevereiro de 2024, Filipe Martins foi preventivamente preso pela Polícia Federal mediante mandado impetrado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão monocrática do ministro em relação a Martins fundamentou-se em uma suposta viagem sua aos Estados Unidos junto a uma comitiva de Bolsonaro em dezembro de 2022 em que não haviam registros posteriores de seu retorno ao Brasil, levando à conclusão de incerteza sobre sua localização, bem como lhe colocava em condição de altos riscos de fuga. Tais alegações estavam baseadas em um documento não oficial encontrado no computador de Mauro Cid que elencou uma provável lista de passageiros de um voo presidencial com destino a Orlando na data de 30 de dezembro de 2022.

“Essa história precisa ser muito bem contada. O que aconteceu é que ele foi preso sob a alegação de que poderia fugir do país, em virtude de ter saído junto com o presidente da República (Bolsonaro), só que a verdade é que essa viagem nunca aconteceu. Ele não viajou para Flórida, não embarcou junto com o presidente da República, não entrou em território americano. Algo muito estranho aconteceu. O seu nome apareceu primeiro no travel history USA, depois o seu passaporte vencido, enquanto ele ainda estava preso, foi inserido no registro de entrada oficial dos Estados Unidos, como se tivesse dado entrada no aeroporto de Orlando. E depois de sua defesa pedir a correção dos dados, ao invés de a autoridade americana retirar e anular, substituíram o passaporte forjando uma entrada em território americano que nunca aconteceu. É muito grave. Nós esperamos que Filipe Martins possa vir aqui nos dar mais detalhes, até porque é um tema que interessa muito à embaixada americana e aos Estados Unidos. Tudo indica que há autoridades daquele país envolvidas em uma fraude para que, dolosa ou culposamente, fosse imputado a Filipe Martins uma saída do país que nunca aconteceu”, afirmou Marcel van Hattem, agradecendo o apoio dos colegas pela aprovação do seu requerimento. 

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